Assinada a paz com Castela, em 1411, D. João I procurou resolver os problemas do reino que estava pobre.
As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução: agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos; agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã; agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias e cereais.

Assim, em 1415, uma poderosa armada preparada por D. João I tomou a cidade de Ceuta: 33 galés, 27 trirremes, 32 birremes e 120 outros barcos, onde se amontoaram 50 mil soldados - todos "cruzados" (ou seja, com cruzes de tecido coladas aos uniformes, já que partiam para uma guerra santa).
O comando da armada foi entregue aos filhos do rei D. João I, entre os quais o infante D. Henrique. Na manhã de 14 de agosto de 1415, com Ceuta desprotegida - por um inexplicável desleixo do soberano Sala-bin-Sala -, os lusos invadiram a cidade como uma horda de bárbaros. Mataram milhares de mouros, saqueando tudo o que podiam encontrar, destruindo lojas, bazares, mesquitas e o palácio do governante. Depois de dez horas de batalha desigual, contra adversários desarmados, os portugueses tornaram-se senhores de Ceuta.

Contudo, os Mouros desviaram as rotas comerciais para outras cidades do Norte de África. Ceuta tornou-se uma cidade cristã isolada e constantemente atacada.
Os Portugueses iniciam então as viagens por mar na esperança de chegar ao local de origem do ouro e das especiarias.



A minha viagem a Ceuta – fui conquistada!



A História dos Descobrimentos começa com a tomada de Ceuta. Assim, através do estudo da História, sempre tive uma enorme curiosidade em conhecer Ceuta.
Aproveitando umas férias em Agosto de 2002, meti-me à estrada, com o objectivo de visitar a cidade espanhola de Ceuta, dando também um salto ao rochedo inglês de Gibraltar.

Parque Marítimo do Mediterrâneo em Ceuta
Viajámos de automóvel até Algeciras, no sul de Espanha. Aí apanhámos um ferryboat para usufruir da travessia do mítico estreito de Gibraltar. É um sítio fabuloso. Uma paisagem linda, o Atlântico e o Mediterrâneo a tocarem-se, África e a Europa (Reino Unido incluído) todos tão perto, quase a juntarem-se.
Praia de Ceuta
Observamos as colunas de Hércules* e toda a carga existente naquele local onde começava antigamente o Novo Mundo e o Desconhecido, conseguem fazer com que a travessia seja sempre colada à janela e de máquina fotográfica em punho. A viagem é rápida, cerca de uma hora e estamos em África.
A segurança é, como devem imaginar, apertada e à entrada e saída do ferry somos compelidos a passar por uma daquelas máquinas de raio-x que tratam de verificar o interior das nossas malas e demais pertences.
A actividade demora mas lá se faz, e então estamos em Ceuta e, mais importante, pisamos o solo do continente africano.
Ceuta é uma cidade fantástica e deixei-me conquistar por ela. A cidade percorre-se relativamente bem a pé, o centro tem as ruelas antigas cheias de comércio, os monumentos aparecem em cada esquina. Na cidade encontram-se povos de três religiões – católicos, judeus e árabes – com as suas culturas evidenciadas pelas casas, pelas lojas e pelos restaurantes. As igrejas e capelas católicas convivem com a mesquita e a sinagoga.
Destaco o forte imponente rodeado por águas salgadas e a muralha dos portugueses. Mas para uns dias maravilhosos de férias aconselho o grande e moderno Parque Marítimo do Mediterrâneo.
Depois de uma semana bem passada em Ceuta os viajantes seguiram para Gibraltar mas isso fica para um próximo post.
Estátua de Hércules, Parque Marítimo do Mediterrâneo, Ceuta
*As colunas de Hércules são dois promontórios que existem à entrada do estreito de Gibraltar, um em África (o monte Hacho em Ceuta) e outro na Europa (o rochedo de Gibraltar).
O nome provém da mitologia grega, em que se conta que Hércules, para realizar um de seus doze trabalhos, teria necessidade de transpor um estreito marítimo.
Dispondo de pouco tempo, resolveu abrir o caminho com seus ombros ligando, assim, o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico. No Parque Marítimo do Mediterrâneo existe esta estátua de Hércules que evoca esta cena mitológica.
caderno da Ana Pereira do 6ºB

caderno da Mara do 6ºB


caderno da Raquel do 6ºB