segunda-feira, 15 de abril de 2013

MEGALITISMO PORTUGUÊS - A MAMOA DE MADORRAS

Passeio de Domingo à Mamoa das Madorras e a S. Leonardo da Galafura


No Domingo de manhã fomos todos a S. Leonardo da Galafura, este miradouro oferece um dos mais extraordinários panoramas sobre o rio Douro e sobre os socalcos do Vinho do Porto.
Os Serranos, incansáveis, tudo nos proporcionaram, conseguiram um autocarro da Câmara Municipal de Sabrosa que nos conduziu por terras e montanhas até ao cimo, bem perto do céu. Aqui avistámos a paisagem que é Património Mundial – o Alto Douro Vinhateiro - desde 2001. Um título, atribuído por unanimidade, que premiou a Região vinícola demarcada mais antiga do mundo, decretada pelo Marquês de Pombal, em 1756. Região única por reunir as virtudes do solo xistoso e da sua exposição solar privilegiada com as características ímpares do microclima temperado pelo rio Douro em conjunto com o trabalho árduo do homem.
Dali observam-se os montes imponentes e as encostas com as famosas vinhas dispostas em socalcos que parecem querer represar o rio, vedando-lhe o caminho para o mar. Os visitantes ficaram extasiados com tanta beleza e diziam:
- Sim, agora percebemos onde se inspirava o poeta!
- Que beleza! Que paisagem grandiosa!
Em baixo, o Douro corre, azul e sereno, beijando as margens, verdes e ensolaradas, as quintas e casas solarengas. Foi um local muito amado por Miguel Torga que dizia que São Leonardo era como um barco de quilha para o ar, que a natureza voltara a meio do vale.
Aqui a amiga bloguista Manuela Pinheiro e um outro amigo (trisneto de Camilo Castelo-Branco), declamaram os poemas de Torga em tão sublime cenário.

Em seguida dirigimo-nos a outra serra, linda também, mas com outras características. Ao dobrar a serra de Nossa Senhora da Azinheira, para lá de São Martinho de Anta, deixa-se para trás a paisagem do vale do Douro e entra-se noutro mundo.
Uma vez esta fronteira natural franqueada, abre-se na nossa frente uma paisagem agreste, com declive menos pronunciado, com vegetação composta essencialmente por silvas, torgas, giestas… com pedregulhos de todos os tamanhos e formatos, voltados para o céu, formando figuras insólitas a que os Serranos já deram nomes, nos seus inúmeros passeios ao campo.
Naquele sítio, os povos do Neolítico deixaram um monumento funerário - a mamoa de Madorras – escavada agora no solo, um monumento que se encontrava coberto de terra até há pouco tempo. Este monumento está hoje ao relento e abandonado no meio do monte; podia ser mais divulgado e protegido, mas ainda aguarda a atenção que merecia.


"Corria o ano de 1912 quando Albino dos Santos Pereira descobre um monumento megalítico, denominado de Mamoa das Madorras. Apesar da sua importância, esta descoberta, só foi alvo de trabalhos de intervenção arqueológica entre os anos de 1983 e de 1988, ao encargo do Dr. Huet de Bacelar (num total de cinco campanhas). Nestes 5 anos de escavações foi possível, entre muitas outros aspectos, datar com alguma exactidão este monumento como sendo do Neolítico Final-Bronze Inicial. Foram ainda descobertos no local vários artefactos entre os quais fragmentos de cerâmicas, lâminas em pedra, contas de colar em xisto e ídolos entre outros. Todas as descobertas e resultados foram de extrema importância para o conhecimento das comunidades que há cerca de 5 000 anos construíram esta imponente sepultura e habitaram a região circundante. "

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