segunda-feira, 31 de março de 2014

O meu contacto com o Povo Makua

Fui criada no meio deste povo bom, em Nacala, no norte de Moçambique, e ainda recordo algumas palavras do seu dialecto e os seus sorrisos naturais e abertos. O contacto com esta cultura teve grande influência na minha vida e na minha pintura, nas cores e nos temas que escolho para fixar nas telas.

Kanimambo, pintura de Olinda Gil




Os Makua são um grupo étnico Bantu do sudeste e sul da África, é o maior grupo étnico de Moçambique e também existe uma grande população na fronteira com o Distrito Masasi, na região de Mtwara, no sul da Tanzânia.

A Mãe da Humanidade

Monte Namuli
Monte Namuli
De acordo com a tradição oral Makua, a Humanidade nasceu numa caverna no Monte Namuli perto do que hoje é conhecido por Gurué. Também é para esta montanha que vão os espíritos dos mortos quando a pessoa deixa o mundo dos vivos. Assim, a montanha representa o início e o fim da vida na Terra. Com efeito, ainda é possível observar pessoas a levarem prendas para a montanha, principalmente capulanas.
Seca na machamba, pintura de Olinda Gil
 

Makua: A Sociedade Matrilinear

Hoje os falantes da língua Makua são a maior população étnica de Moçambique, com mais de quatro milhões. A província de Nampula tem a mais densa população Makua, mas é possível também encontrar falantes de Makua a partir da zona do Zambeze até aos rios Rovuma. Ao contrário das sociedades mais a sul, os Makua formam a família através da linhagem da mãe. Os filhos pertencem à mãe e à família da sua mãe, e não ao seu pai ou a família deste. Essa tradição reflecte o respeito dos Makua pelo Monte Namuli como uma figura materna.
Sereia de Nacala, pintura de Olinda Gil

Séculos de influência europeia e árabe marcam a paisagem com igrejas e mesquitas, no entanto, a maioria Makua continua a aderir às suas crenças tradicionais. Essas crenças são centradas nos antepassados ​​e nos espíritos dos mortos, que os Makua acreditam terem o controle do que acontece no mundo dos vivos. Na tradição Makua, não há morte ou doença que não esteja associada ao mundo sobrenatural. E assim, muito da cultura e tradição Makua é voltada para a harmonia com os espíritos dos mortos. Magia e bruxaria são uma parte integrante da vida quotidiana nas sociedades tradicionais Makua.

Mussiro e Beleza

Mulheres de Moçambique: Nampula
Mulher com máscara do mussiro
Muitos aspectos da cultura única Makua podem permanecer ocultos para os visitantes daquela área. No entanto, uma coisa que certamente chama atenção é a Máscara de Mussiro, uma máscara facial pastosa derivada da árvore de Mussiro (Olax Dissitflora) usada pelas mulheres geralmente para fins cosméticos. Na verdade o mussiro é não é apenas aplicado no rosto, as jovens Makua também aplicam este creme por todo o seu corpo, a fim de garantir a pele macia e bonita para a sua noite de núpcias.

Tufo: A Dança das Mulheres

Makuas dançado Tufo
Makuas dançado Tufo
Não é possível falar da tradição africana sem falar de música e dança. O Tufo é uma dança tradicionalmente realizada apenas pelas mulheres acompanhadas por tambores. As dançarinas vestem roupas coloridas e muitas vezes aplicam uma máscara de Musiro e enrolam a capulana pelo corpo, tornando esta dança diferente de qualquer outra em Moçambique. Era originalmente realizada em celebrações islâmicas por parte da população muçulmana, mas hoje a dança Tufo é realizada também fora deste contexto.


Fonte: http://www.mozmaniacos.com/2014/03/makua.html#ixzz2xZPiulmr


sexta-feira, 28 de março de 2014

Oslo abre livraria que só vende o 'Livro do Desassossego'

O escritor norueguês Christian Kjelstrup, que considera o "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa, a melhor obra literária do mundo, decidiu abrir hoje no centro de Oslo a "Livraria do Desassossego", onde venderá exclusivamente aquele livro.

Em comunicado enviado à Lusa, a Casa Fernando Pessoa indica que Christian Kjelstrup, grande admirador não só da obra do heterónimo pessoano Bernardo Soares, como do resto da obra do escritor português, aproveitou a oportunidade única de arrendar apenas por uma semana um espaço comercial no centro da capital norueguesa para realizar aquele sonho antigo.

E, para dar um ambiente português à nova livraria, contará, ao longo de toda a semana, com a ajuda do emigrante português Joel Oliveira, que tocará, para os visitantes, a sua guitarra portuguesa.
No dia da inauguração, esta iniciativa do autor norueguês, que contou com o apoio da Embaixada de Portugal em Oslo, é já um êxito, refere a Casa Fernando Pessoa, tendo merecido uma reportagem no canal televisivo norueguês NRK, além de muitas referências e elogios nas redes sociais, que ainda não pararam de divulgar a 'pop-up store' (nome dado às lojas com tempo de vida limitado).
Na próxima segunda-feira, 31 de março, decorrerá a "Noite de Pessoa", a partir das 19:00 -- um evento que contará com a participação de algumas personalidades da cultura norueguesa.
A "Livraria do Desassossego" terá as portas abertas apenas até 02 de abril, de segunda a sexta-feira das 09:00 às 16:00 e ao sábado das 12:00 às 15:00.
Fonte:
http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=3782187&seccao=Livros&utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

quarta-feira, 19 de março de 2014

Lenda da Princesa Peralta


 
 
A sereia princesa-Peralta - em casa de Cristina Amaral.

Lenda da Princesa Peralta

As origens de Castanheira de Pera remontam, certamente, a muitos séculos antes do primeiro documento histórico comprovativo.
...
O primeiro documento conhecido, referindo nomes de povoações do actual concelho, tem a data de 1467 - é uma sentença de Afonso V sobre os baldios do Coentral. Porém, existe uma lenda que nos fala da princesa Peralta, filha de el-rei Arunce. Esta lenda foi escrita, em 1629, por Miguel Leitão de Andrada.
Segundo a lenda, em 72 a.C., fugida de Colimbria, em consequência da invasão do reino, Peralta refugiou-se com seu séquito no Castelo de Arouce (Lousã).
Por influência de Sertório (guerreiro romano que por ela se apaixonou), decidiu ir para Sertago.
No caminho, morreu sua aia, Antígona, que ali mesmo foi enterrada. Sobre a sepultura foi colocada uma lápide com a seguinte inscrição: "ANTÍGONA DE PERALTA AQUI FOI DA VIDA FALTA".
A deusa Vénus, que perseguia a princesa, enviou um poderoso raio, que transformou os acompanhantes em montanhas e a bela Peralta numa formosa sereia, que ficou vivendo nas águas que brotavam da serra.
Esse raio desfez, igualmente, a lápide, onde, para a posteridade, apenas ficou da primitiva inscrição: ANTIG...A DE PERA...
Desta lenda maravilhosa nasceu Castanheira de Pera.

http://www.cm-castanheiradepera.pt/historia.asp
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terça-feira, 18 de março de 2014

Quinze erros de português que ficam muito mal


Um universitário já não pode cometer certas gafes. Nem nos exames, nem num processo de recrutamento, nem mesmo no dia-a-dia de uma empresa.

Quinze erros de português que ficam muito mal
Há erros que passam quase despercebidos nas situações informais, mas caem que nem uma nódoa em situações de avaliação, como um exame. Para evitar que isso lhe aconteça, confira se costuma cometer algum destes erros e corrija-os de hoje em diante.
Em baixo/ abaixo
Erro: Vou lá em baixo
Correto: Vou lá abaixo
Explicação: Abaixo refere-se a uma localização, enquanto em baixo se usa para falar de uma posição relativa.
Onde/ aonde
Erro: Não sei aonde fica a sala do chefe
Correto: Não sei onde fica a sala do chefe
Explicação: A forma mais fácil de evitar este erro é pensar que só pode usar 'aonde' em substituição de 'para onde'. Por exemplo, 'aonde vais amanhã' está correto, mas 'aonde deixaste as minhas chaves' é um erro crasso.
À/ há
Erro: Terminei o curso à dois meses
Correto: Terminei o curso há dois meses
Explicação: Este é um erro que só se nota na escrita, mas é grave. Para indicar um tempo passado usa-se o verbo haver
Haver/ a ver
Erro: Esse assunto não tem a haver comigo
Correto: Esse assunto não tem a ver comigo
Explicação: Ter a haver é sinónimo de 'ter a receber', enquanto ter a ver significa 'dizer respeito a..." Se emprestou dinheiro a alguém que ainda não lhe pagou, pode dizer que ainda 'tem a haver esse dinheiro', por exemplo.
Ir de encontro a/ ir ao encontro de
Erro: Isso vai de encontro à minha proposta
Correto: Isso vai ao encontro da minha proposta
Explicação: Estas expressões são completamente opostas. No primeiro caso a ideia é o contrário da minha proposta, enquanto na segunda situação está absolutamente de acordo com ela.
Comprimento/ cumprimento
Erro: Com os meus comprimentos
Correto: Com os meus cumprimentos
Explicação: É um erro muito comum, mas comprimento está relacionado com tamanho e não com saudações ou realizações. O que está correto é dizer o comprimento da sala, o cumprimento de prazos e enviar os cumprimentos a alguém.
Descriminar/ discriminar
Erro: Descrimine os produtos na nota de encomenda
Correto: Discrimine os produtos na nota de encomenda
Explicação: Descriminar é absolver, é declarar alguém inocente, enquanto discriminar significa distinguir, diferenciar.
Auferir/ aferir
Erro: No final do dia, o empregado deve auferir se os valores da caixa conferem com as vendas feitas
Correto: No final do dia, o empregado deve aferir se os valores da caixa conferem com as vendas feitas
Explicação: Estes dois verbos têm significados diferentes. Aferir é conferir, calcular, avaliar. E auferir é ter, obter, ganhar. Exemplo: no novo emprego ele vai auferir um bom ordenado.
Quaisqueres/ quaisquer
Erro: Quaisqueres informações é comigo
Correto: Quaisquer informações é comigo
Explicação: A palavra quaisqueres não existe. O plural de qualquer é quaisquer.
Descrição/ discrição
Erro: Ele age com descrição
Correto: Ele age com discrição
Explicação: Descrição é o ato de descrever alguma coisa, por exemplo, ele fez a descrição da situação. Já discrição significa discreto.
Em mãos/ em mão
Erro: O envelope deve ser entregue em mãos
Correto: O envelope deve ser entregue em mão
Explicação: Assim como não se diz que alguém 'está de pés', também não está correto dizer 'em mãos'. Daí a abreviatura P.M.P, que significa Por Mão Própria.
Na minha opinião pessoal/ na minha opinião
Erro: Na minha opinião pessoal deves candidatar-te ao mestrado
Correto: Na minha opinião deves candidatar-te ao mestrado
Explicação: A sua opinião já é uma opinião própria, não precisa de repetir essa ideia.
Há cinco anos atrás/ há cinco anos
Erro: Há cinco anos atrás ainda estava no secundário
Correto: Há cinco anos ainda estava no secundário
Explicação: É redundante usar 'há' e 'atrás' na mesma frase, porque o verbo haver já se refere a tempo.
Senão/ se não
Erro: Senão consegue entregar o relatório no prazo, avise
Correto: Se não consegue entregar o relatório no prazo, avise
Explicação: Para transmitir a ideia de não conseguir fazer o relatório, o correto é o segundo exemplo. Senão quando escrito numa só palavra tem muitos significados, mas não este.
Fazem agora dois anos/ faz agora dois anos
Erro: Fazem agora dois anos que entrei nesta empresa
Correto: Faz agora dois anos que entrei nesta empresa
Explicação: O verbo fazer quando se refere a tempo é impessoal e deve conjugar-se na terceira pessoa do singular.

pair up!

sexta-feira, 14 de março de 2014

O Texto Dramático - Estrutura e Conceitos


O Texto Dramático


 

 

O texto dramático, criado pelo dramaturgo, tem como finalidade última ser representado, passando, então, a texto teatral. Quando se representa o texto dramático, a ação desenvolve-se num palco, diante de espetadores, o papel das personagens é desempenhado pelos atores e o espaço da ação é criado pelo cenário.

 

 

Categorias ou Elementos do Texto Dramático


 


1. Ação – desenrolar dos acontecimentos, através do diálogo e da movimentação das personagens.

            Estrutura Interna

      - Exposição (introdução): apresentação das personagens e dos antecedentes da ação.

 



                            - Conflito (desenvolvimento): sucessão dos acontecimentos que constituem a ação teatral.

 

                          - Desenlace (conclusão): desenlace da ação.
 

 Estrutura Externa


                            - Ato: grande divisão do texto dramático, que decorre num mesmo espaço.
                            Mudança de ato - corresponde à alteração de espaço/cenário.   

 

                            - Cena: divisão do ato determinada pela entrada ou saída de personagens.
                            Mudança de cena - corresponde à entrada ou saída de uma ou mais personagens.

 

 

2. Personagens – agentes da ação.

   

 


    - principal ou protagonista: desempenha o papel de maior importância.

    - secundária: desempenha papéis de menor relevo.

    - figurante: não desempenha qualquer papel específico, embora a sua presença física seja importante para a compreensão da ação.

 





3. Espaço: local onde decorre a ação. No texto teatral, corresponde ao espaço de representação.

 

4. Tempo: momento em que decorre a ação.

 

 

Modalidades do Texto Dramático

 

 

1. Texto Principal: discurso dramático – é constituído pelas falas das personagens, que se podem apresentar sob a forma de diálogo, monólogo ou aparte.

- Diálogo: é o modo de expressão privilegiado do texto dramático.

 

Discurso  - Monólogo: a personagem fala sozinha, para si própria, a fim de atingir um objetivo determinado.

 

                   - Aparte: a personagem fala para o lado ou dirige-se aos espetadores.

 

 


2. Texto Secundário: constituído pelas didascálias ou indicações cénicas, informações imprescindíveis, escritas em itálico e entre parênteses, que têm por finalidade dar a conhecer os traços físicos ou psicológicos das diferentes personagens e informar sobre o cenário e os movimentos dos atores em cena. As didascálias podem dar indicações sobre: os cenários, o guarda-roupa, os efeitos especiais (música, som, iluminação, etc.), a caracterização, movimentação e atitudes das personagens.

Principais Diferenças Entre o

Texto Dramático e o Texto Narrativo

 

 

 

Dramático

Narrativo

® O narrador desaparece: as personagens manifestam as suas ideias, os seus sentimentos, o seu lugar na ação, agindo diretamente diante do espetador;

® O tempo é curto;

®  A ação é rápida e linear;
®  Apenas nos são apresentados os acontecimentos essenciais ao desenvolvimento da ação (não há episódios secundários);
®  A ação apresenta-se como atual para o espetador (presente);
®  Só há personagens indispensáveis;
®  O espetador vê as personagens desempenhadas pelos atores e os lugares;
®  O espetador assiste com os outros à representação e a reação é coletiva;
®  Tem didascálias em vez de descrições;
®  Escrito no discurso direto: utilizam-se mais frequentemente as 1.ª e 2.ª pessoas (eu/tu);
®  Divide-se em atos e cenas;
®  Os modos de apresentação são: o diálogo, o monólogo e os apartes;
®  Texto escrito por um dramaturgo para ser lido e dramatizado (representado).

¨ Há um narrador, que pode ser participante ou não participante;

¨ O tempo é muitas vezes longo;

¨ A ação é normalmente lenta e complexa;
¨ A ação é normalmente lenta e complexa;
¨ Pode haver episódios ou factos relativamente independentes;
¨ A ação é passada, para o leitor;
¨ Há normalmente muitas personagens;
¨ O leitor imagina as personagens e os lugares de acordo com o que lê;
¨ O leitor lê sozinho e a sua reação é pessoal;
¨ Escrito no discurso indireto com recurso, por vezes, ao discurso direto;
¨ Os modos de apresentação são: a narração, a descrição, o diálogo e o monólogo;
¨ Texto escrito por um autor para ser lido.

 

Breve História do Teatro

O Homem sentiu desde sempre necessidade de exteriorizar os seus sentimentos e as suas sensações. Deste facto nasceram os atos lúdicos e a dança. Da mesma forma, o Homem começou a acreditar que tinha um espírito que sobrevivia à morte do corpo. E nasceram os sacrifícios, rituais em honra dos mortos e dos deuses.

A história do teatro remonta, assim, ao drama ritualístico religioso, no Egito, em 3200 a.C., embora já na Pré-História houvesse teatro sob a forma de danças guerreiras e/ou mágicas que se ofereciam aos deuses. Às divindades egípcias Osíris e Hórus foram consagrados espetáculos com atores e coro.   

Mas é das celebrações em honra de Dioniso, filho de Zeus, na Grécia, que surgirá o verdadeiro teatro. Nas praças de Ática, reunia-se em cada ano uma pequena multidão para participar na narração do suplício do deus que a mitologia diz ter sido assassinado pelos seus inimigos e ressuscitado pelo seu pai. Rapidamente, o recitante desta lenda se tornou em ator. E da narração da lenda dionisíaca passou-se a outras narrações de factos da história da Grécia, ligados às forças divinas, num conflito entre o Homem e os deuses. Tal conflito gera a tragédia, dominada pela fatalidade a que os homens não podem fugir.

Os primeiros teatros europeus de que há conhecimento foram construídos na Grécia, a partir de cerca de 600 a.C. Os teatros mais antigos eram anfiteatros naturais. No período helenístico, desenvolveu-se o palco como plataforma elevada na qual decorria a ação. Na época medieval, eram montados palcos temporários de madeira e lona, um para cada cena, em igrejas e nas praças do mercado, para a apresentação de mimos e peças religiosas. Com o Renascimento surgiu a criação da ilusão cénica, em que os atores surgiam num proscénio junto à ribalta. No século XIX, a introdução da cortina e da iluminação interior contribuíram para aumentar ainda mais esta ilusão. No século XX, foram desenvolvidas modalidades alternativas de teatro, incluindo o palco aberto, o palco móvel, o teatro rotativo e o teatro estúdio.    

As origens religiosas do teatro fizeram com que os primeiros recintos de que há conhecimento fossem construídos em locais sagrados, muito próximos dos templos. Por exemplo, no início do teatro grego, as peças eram representadas em teatros localizados numa encosta, com uma área de representação aberta e claramente visível para a vasta multidão de espetadores.

Hoje em dia o teatro tem sido, até agora, um local de experiências e inovações, tanto no que respeita a métodos e encenação como em termos artísticos e intelectuais, coexistindo numerosos estilos.

Gil Vicente foi o criador/pai do teatro português, escrevendo várias obras e apresentando-as nos reinados de D. Manuel e D. João III (séculos XV e XVI). Almeida Garrett, no início do século XIX, pretendeu ressuscitar a tradição teatral vicentina, escrevendo e pondo em cena diversos textos dramáticos seus e de outrem.

 

Glossário de Teatro

 
Faz a correspondência entre a coluna da esquerda e a da direita.
 

 
 
 
1. Ação
 
2. Ato
 
3. Ator
 
4. Aderecista
 
5. Adereços
 
6. Aparte
 
7. Bastidores
 
8. Cena
 
9. Cenário
 
10. Cenógrafo
 
11. Comédia
 
12. Contracenar
 
13. Contrarregra
 
14. Deixa
 
15. Didascália
 
16. Dramatizar
 
17. Dramaturgo
 
18. Encenador
 
19. Ensaio
 
20. Figurinista
 
21. Guarda-Roupa
 
22. Luminotécnico
 
23. Palco
 
24. Papel
 
25. Peça
 
26. Ponto
 
27. Público
 
28. Sonoplasta
 
29. Teatro
 
30. Tragédia
 
 
a) Subdivisão de um ato. Em cada cena, sai uma personagem ou entra outra.
b) Indicação cénica que se refere à caracterização (atitudes) das personagens em vários momentos da peça, à sua movimentação em cena (entrada, saída, etc.), aos lugares em que se passa a história e ao tempo em que ela decorre.
c) O responsável pela iluminação, pelo efeito das luzes em cena.
d) Lugar onde decorre a ação. O cenário pode ser construído em tela ou em outros materiais e situa o espetador na época e no lugar em que a história se passa.
e) Palavra ou palavras do fim da fala de uma personagem, que determinam quando a outra personagem deve iniciar o seu discurso ou a sua fala.
f) Assunto, enredo, intriga, história(s) de uma peça de teatro.
g) Responsável pela criação/execução dos cenários.
h) Pessoa que, durante a peça e escondida do público, lê o texto, em voz baixa, aos atores quando eles se esquecem das suas falas.
i) Cada uma das divisões de uma peça de teatro, que exige mudança de cenário, feita durante o intervalo.
j) Parte do teatro onde os atores representam.
k) Conjunto de trajes que são pertença de uma companhia de teatro para desempenho dos atores em diferentes peças.
l) Aquele que marca a entrada dos atores em cena.
m) Espaços por detrás e ao lado do palco, fora da vista dos espetadores, onde os atores esperam pela sua entrada e onde se guardam os adereços e outros materiais.
n) Lugar onde se representam peças de teatro; conjunto das obras dramáticas de um autor ou de um país; arte de representar; profissão de ator ou de atriz; fingimento.
o) Aquele que representa uma ou mais personagens numa peça de teatro.
p) Técnico de teatro que se ocupa dos modelos, dos figurinos (vestuário, maquilhagem, penteado e outros complementos).
q) Aquele que idealiza o espetáculo teatral, dirigindo os atores nos seus papéis, levando à cena um texto original ou a adaptação de um original.
r) Representar em contracena. Contracena significa estar fora da cena principal. Enquanto algumas personagens dialogam realmente, outras, em contracena, fingem dialogar para atingir determinado objetivo.
s) Parte da peça teatral que compete a cada ator desempenhar.
t) Pessoa responsável pela seleção e execução dos efeitos acústicos que constituem o fundo sonoro de uma peça de teatro.
u) Falas de uma personagem que, segundo as convenções (regras) teatrais, se destinam a ser ouvidas pelo público e não pelas outras personagens.
v) Pessoas que assistem à representação de uma peça de teatro.
w) Autor de peças.
x) Texto que serve de base à representação.
y) Peça de teatro cujo tema é geralmente extraído da lenda ou da história, que põe em cena personagens ilustres e representa uma ação destinada a suscitar o terror ou a piedade pelo espetáculo das paixões e das catástrofes que elas provocam.
z) Pessoa responsável pelos adereços, num teatro.
aa) Adequar um texto a uma representação teatral.
bb) Sessão de trabalho, conduzida pelo encenador, com tempo variável de duração, que tem como objetivo principal o trabalho de interpretação dos atores.
cc) Elementos do cenário, do guarda-roupa, na encenação de uma peça de teatro.
dd) Peça de teatro de crítica social. O seu objetivo é fazer rir o espetador.

O meu fim-de-semana em Paris

Eu sempre fui uma apaixonada pela História, não sei a razão de gostar tanto de História e de ter prazer em estudá-la e de saber cada vez mais. Ela sempre foi a minha disciplina preferida e muito cedo, lá pelo 8º ano, decidi que ia ser professora de História. Para os meus colegas era uma ideia estranha pois a História pode ser uma coisa muito monótona durante a adolescência.

Penso que foi nas aulas de História do 8º ano, enquanto aprendia os factos da Revolução Francesa, que comecei a sonhar com Paris e em visitar os seus monumentos.



Dizer que Paris é linda é absolutamente óbvio, a cidade tem um significado único para cada um de nós e depende da nossa cultura, sensibilidade histórica, gosto e formação pessoal.
Os bairros mais importantes que queria conhecer eram o "Quartier Latin", situado na famosa margem esquerda do Sena. O "Marais", bairro repleto de artistas e pessoas do mundo da moda. E Montmartre, com a sua famosa Place du Tertre, os seus pintores e artistas de rua, cafés, esplanadas e restaurantes.
Logo que cheguei, só pensava em ver e subir ao último andar da Torre Eiffel, queria convencer-me de que estava em Paris, de que não estava a sonhar...
O rio Sena, divide Paris em duas partes, com bancos para relaxar, pontes lindas para ligar os dois lados e os famosos “Bateaux Mouches”, que percorrem vários pontos turísticos da cidade e que valem muito a pena. Adorei as praças, os jardins, as ruas, os cafés, os parques, os monumentos, as esplanadas, o rio Sena...
Além de museus, lojas e cafés maravilhosos, existem vários parques e áreas verdes imperdíveis em Paris:
Jardin du Tuileries: Lindo jardim na frente do Museu do Louvre.
Parc du Champ de Mars: Um óptimo lugar para relaxar abaixo da Torre Eiffel.
Jardin de Trocadero: Pequeno jardim do lado oposto do rio, onde fica a Torre Eiffel.
Jardin de Luxembourg: Localizado no 5º Arrondissement, é um dos mais famosos jardins de Paris e também o meu preferido, onde se vê o  Palais du Luxembourg, uma das construções mais bonitas de Paris.
Construída no século XIX, a Torre Eiffel é o monumento mais visitado do mundo!
Todos os anos, milhões de turistas sobem até o topo da torre, onde é possível ver toda a cidade. Para chegar até lá, é preciso adquirir os bilhetes para os elevadores do primeiro e do segundo nível. Ao todo são três níveis abertos para visita, e para chegar ao segundo nível podem subir-se cerca de 300 degraus. O acesso ao terceiro nível é feito somente através de elevadores.

O Moulin Rouge, que em português significa Moinho Vermelho, é um famoso e tradicional cabaré de Paris. O cabaré continua em funcionamento para aqueles que gostam da vida boémia da cidade, e querem reviver o ambiente da Belle Époque. Muito visitei eu em 3 dias, 7, 8 e 9 de Março... o resto ficará para depois.





Não podia deixar de conhecer a Basílica de Sacré-Coer e Montmartre, aqui fiquei a conhecer os locais que aparecem no filme "O Fabuloso Destino de Amélie". A Basílica está localizada no ponto mais alto da cidade, no monte Martre. Após a sua construção, este tipo de arquitetura serviu de inspiração para várias outras catedrais e basílicas ao redor do mundo. O aspecto boémio de Montmartre também tem sua história. Os bares populares com pistas de dança, as famosas guinguettes, atraíram multidões desde o final do final do século XVIII. As pessoas dançavam e bebiam por preços mais baixos em cenários campestres, Montmartre ainda era o campo, longe da cidade.

O pintor Renoir imortalizou um destes lugares, o Moulin de la Gallete, aberto até hoje. A obra acima – Bal au moulin du moulin de la Galette –  encontra-se no Musée d’Orsay.
O período mais glorioso de Montmartre situa-se entre 1900-1914, quando artistas, pintores, escultores, escritores invadiram a área atraídos pela luz e claridade da colina e alugueres mais baratos. Nesta época, a praça Emile Goudeau – berço da arte moderna – foi o endereço de vários deles, inclusive Picasso.
Eles moravam no Bateau Lavoir, antiga fábrica de pianos transformada em ateliers para os artistas. Em 1904, Picasso, ainda pobre, mora em um desses ateliers. O Bateau Lavoir era um lugar precário, onde os moradores gelavam no inverno e se sufocavam no verão. Em 1907 Picasso pintou Les Demoiselles d’Avignon neste endereço.
Mas a história de Montmartre está longe de terminar, o seu charme está intacto. Como prova, o imenso sucesso do filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain".
Considerado o mais importante museu do mundo, e o mais visitado, o Museu do Louvre é onde se encontra um acervo com importantes obras como a Mona Lisa e a Vénus de Milo, e artistas como Goya e Miguel Ângelo.





O estilo gótico da arquitetura da catedral que é uma das mais antigas da França encanta a todos. Além disso, os quase duzentos vitrais presentes ali também são de tirar o folego! Todo o interior da catedral, os sinos, os órgãos e os vitrais compõem uma das mais belas atrações da cidade.
Há mais ou menos vinte anos tinha visitado Paris só de passagem, em viagem da Alemanha para o sul de França, nessa altura fui visitar o "Futuroscope", de que falarei noutro post. E em todos estes anos fiquei a sonhar com Paris através do cinema, da leitura e da pintura...
Paris é dividida em 20 bairros numerados, ou arrondissements, organizados em espiral a partir do coração da cidade, onde estão a estação de Châtelet (a mais movimentada) e o Louvre.

Quanto mais baixo é o número do arrondissement, mais central é a sua localização. Tentei ficar entre os arrondissements 1 e 6 (Châtelet/Louvre, Bourse, Marais, île St.-Louis, Quartier Latin, Sorbonne, St.-Germain), e chega-se mais depressa a qualquer canto da cidade.




 Todos esses lugares que visitei e onde tirei dezenas de fotografias, lembravam-me filmes e acontecimentos históricos, fizeram com que deseje voltar sempre e também me fizeram desejar nunca mais sair dali.
Digo também isto porque, a meu lado, no avião de regresso, vinha um português que vive há 50 anos nos arredores de Paris e nunca tinha visitado os monumentos que eu visitei num fim-de-semana. No entanto, desloca-se lá com bastante frequência, em viagens de trabalho.
Tive a sorte de ter um amigo em França que se disponibilizou a ir buscar-nos e levar-nos  ao aeroporto, a mostrar-nos Paris, acompanhando-nos de carro por toda a cidade. Os lugares ligados à revolução que ficam dentro de Paris estão situados num perímetro de cerca de 5 quilómetros. É possível percorrer isso em duas horas a pé e em meia hora de carro, dependendo do trânsito que é normalmente infernal. Nada sobrou da Bastilha – a prisão e fortaleza foi totalmente destruída em 1789 – mas passa-se pela praça que lembra a sua existência e  pensa-se no avanço dos filhos da pátria e no fim do direito divino dos reis.

  E ainda há muito mais para visitar numa próxima vez, a Place du Châtelet e o "Les Invalides", onde está o túmulo de Napoleão I, o Bonaparte. E, a cerca de 20 quilómetros de Paris, está Versalhes, um palácio de 700 quartos, que pertencia à  família real francesa (e depois ao imperador Napoleão I) que foi cercado pelos revolucionários em 1789...





Fontes:
http://zenpasstravel.wordpress.com/2010/11/01/a-torre-eiffel-3/
http://blogdotiburon.com/2013/12/02/paris-dia-3/
http://viagens-a-2.blogspot.pt/2007/08/paris.html
http://www.360meridianos.com/2011/11/monumentos-de-paris-historia.HTML