quarta-feira, 30 de abril de 2014

Portugal no século XIII



O CLIMA da Península Ibérica



Zona Climática da Península Ibérica

Como observas na imagem, cada zona da Terra tem o seu tipo de clima consoante a distância a que se situa do Equador.
Os principais elementos que definem o clima são: a temperatura, a precipitação e o vento.
Península Ibérica situa-se na Zona Temperada do Norte.
Os principais elementos para definir um clima são:
· Temperatura
· Precipitação
· Vento
Na Península Ibérica predomina um clima temperado, mas podem distinguir-se três zonas com diferentes tipos de clima:
· Zona Atlântica (temperaturas suaves, chove muito);
· Zona Mediterrânica (Verões quentes, Invernos suaves, chove pouco);
· Zona Interior (frio no Inverno e quente no Verão, precipitação fraca);
A VEGETAÇÃO NATURAL
A vegetação natural é a que nasce e se desenvolve sem a ajuda do homem.
A vegetação é variada devido ao clima e relevo.
· Norte /noroeste: pinheiro bravocastanheirocarvalhofaia (folha caduca);
· Sul / sudeste: sobreiroazinheira (folha persistente).
PORTUGAL NO SÉCULO XIII
Desde a morte de D. Afonso Henriques, em 1185, até meio do século XIII, os reis portugueses continuaram a combater os mouros e a alargar o território para sul. Esta luta foi feita de avanços e recuos, como podes verificar nos mapas. Só em 1249, no reinado de D. Afonso III, se deu a expulsão definitiva dos mouros, com a conquista do Algarve.
Em 1297, estabelecem-se as fronteiras definitivas de Portugal no Tratado de Alcanises.
Nos matagais e florestas ia-se buscar: lenhamadeirafrutos silvestres, melcera, cortiçacaça variada.
agricultura e a pastorícia forneciam os produtos básicos da alimentação.
O trabalho era manual e os instrumentos rudimentares.
A terra produzia pouco e a falta de cereais era frequente (anos de fome e epidemias).
A apicultura era também uma actividade muito desenvolvida.
Temos ainda o aproveitamento do mar e dos rios através da pesca (marítima e fluvial) e do comércio marítimo e ainda o sal (produto indispensável para a conservação dos alimentos e curtumes), com a salicultura.

A população portuguesa no século XIII, era constituída por:
3 grupos sociais:
· Nobreza: defendia o território
· Clero: serviço religioso
· Povo: trabalhava para ele e para os outros grupos sociais.

A sociedade portuguesa no século XIII
O ambiente de guerra em que Portugal se formou influenciou a organização da sociedade portuguesa.
À medida que reconquistavam terras aos mouros, os nossos primeiros reis encontravam muitas povoações abandonadas e muitas terras devastadas.
Como recompensa pela ajuda prestada na guerra, e para as povoar, defender e fazer cultivar, os reis doavam terras aos nobres e às ordens religiosas. Formaram-se assim grandes domínios onde o povo trabalhava.

"Deus quis que o mundo se mantivesse por três estados: Oradores - os que rezam pelo povo; Defensores - os que o hão-de defender; Mantenedores - os que lavram a terra pela qual os homens hão-de viver e se manter."
Ordenações Afonsinas (adaptado)
A sociedade portuguesa do século XIII é pois formada por 3 grupos, com direitos e deveres diferentes:

a nobreza e o clero (grupos privilegiados):
 não pagavam impostos;
 possuíam extensas propriedades;
 tinham o poder de aplicar justiça e cobrar impostos;
 tinham exército próprio.
e o povo, o grupo mais desfavorecido, que executava todo o tipo de trabalho e pagava impostos.

A VIDA QUOTIDIANA DA NOBREZA
A nobreza tinha sobretudo funções guerreiras. Participou com os seus exércitos na Reconquista, ao lado do rei, recebendo em troca rendas e terras.
senhorio era pois a propriedade de um nobre na qual viviam camponeses livres e servos. As terras do senhorio estavam divididas em duas partes: a reserva, explorada directamente pelo senhor e onde trabalhavam os servos e criados; e os mansos, parcelas arrendadas a camponeses livres em troca de rendas pagas ao senhor.
O senhor tinha grandes poderes sobre quem vivia no senhorio: cobrar impostos, fazer justiça, ter um exército privado...
Quando não estava em guerra, o senhor nobre ocupava-se a dirigir o senhorio e a praticar exercícios físicos e militares.
Organizava festas e convívios onde, para além do banquete, se tocava, cantava e dançava. Estas festas eram animadas por trovadores e jograis. Jogava-se xadrez, cartas e dados.

A VIDA QUOTIDIANA DO CLERO

Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado. Tinha a função de prestar assistência religiosa às populações.
Tinha grandes propriedades que lhe haviam sido doadas pelo rei ou por particulares e não pagava impostos. Tal como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas suas terras.
clero dividia-se em dois grupos: o clero regular (todos os que viviam numa ordem religiosa, num mosteiro) e o clero secular (bispos e padres).
No mosteiro, para além de cumprirem as regras impostas pela Ordem a que pertenciam, os monges dedicavam-se ao ensino, à cópia e feitura de livros, à assistência a doentes e peregrinos.
Em algumas Ordens, os monges dedicavam-se também ao trabalho agrícola nas terras do mosteiro.
Algumas Ordens eram militares, tendo combatido contra os Mouros.

A VIDA QUOTIDIANA DO CAMPONÊS
A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhava muitas horas, de sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era entregue ao senhor, como renda. Devia ainda prestar ao senhor outros serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e outros impostos, como os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar.
Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão.
A base da alimentação do povo era o pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho, queijo... Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa. O seu vestuário era simples, em tecidos grosseiros (linho, lã), fiados e tecidos em casa.
A maior parte da população no século XIII dedicava-se à agricultura pastorícia.
Os pastores, agricultores e pescadores desenvolviam também actividades artesanais, fabricando os objectos de que necessitavam no seu dia-a-dia.
   Desenvolve-se uma produção artesanal.
   Esta actividade era mais variada nas cidades e vilas. Os artesãos eram:
ferreiros,carpinteirosoleiros, tanoeirospedreirossapateiros, alfaiatesourives… tinham as suas lojas onde vendiam os seus produtos.


OS CONCELHOS
Como sabemos, à medida que iam conquistando terras aos Mouros, os nossos primeiros reis precisavam de as povoar e fazer cultivar, sobretudo a Sul. Para tal, em muitos casos, o rei ou grandes senhores criaram concelhos, para atrair povoadores, a troco de direitos e regalias. Assim nasceram os concelhos.
Os habitantes dos concelhos, chamados vizinhos, tinham mais direitos e mais autonomia que os habitantes dos senhorios pois podiam eleger os seus representantes para a administração e a justiça local:
 os juízes aplicavam a justiça;
 os mordomos recebiam os impostos;
 a assembleia dos homens-bons (os homens mais importantes do concelho) tratavam dos assuntos de interesse geral e elegiam os juízes e mordomos. Reuniam no Domus Municipalis (casa do município).
O rei fazia-se representar nos concelhos através do alcaide que era também o chefe militar.
Os direitos e deveres dos habitantes dos concelhos estavam escritos num documento: a Carta de Foral.
O Símbolo da autonomia do Concelho era o Pelourinho.


A Corte e as Cortes

O rei vivia na corte com a sua família, conselheiros e altos funcionários. Como chefe supremo do país, competia-lhe fazer as leis, aplicar a justiça (só o rei podia aplicar a pena de morte e o corte de membros, nos casos de crimes graves), decidir da paz ou da guerra.
Acompanhado da corte, percorria o país para o governar, sendo ajudado por funcionários como o alferes-mor (comandante do exército), chanceler-mor (que autenticava os documentos com o selo real) e os legistas (homens de leis) que constituíam o Conselho do Rei.
Em caso de decisões importantes, como declarar a guerra ou lançar novos impostos, o rei convocava as cortes, uma reunião de representantes da nobreza, do clero e dos concelhos (estes apenas a partir do reinado de D. Afonso III). As cortes tinham uma função consultiva, isto é, o rei ouvia a sua opinião mas não era obrigado a segui-la.



 

O alargamento do território foi uma preocupação constante não só de D. Afonso Henriques, como também dos outros reis seus sucessores.
Tivemos ao longo dos anos um movimento de conquista e reconquista.
As conquistas fizeram-se por etapas e, quase sempre, de um modo progressivo.
Os limites do território português não ficaram totalmente definidos com a conquista do Algarve por D. Afonso III (1249).

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