segunda-feira, 15 de abril de 2013

No Baixo Alentejo o Povoado de Castro da Cola - Competências essenciais de História

Castro da Cola

Aqui, no Baixo Alentejo, há locais que devemos divulgar. A meio caminho para o Algarve, no concelho de Ourique, a 4 km do IP1, existe o povoado de Castro da Cola, onde se encontram poucos vestígios romanos, mas uma herança muçulmana interessantíssima e traços cristãos da época medieval (séc. X a XIII).





De Castro da Cola, em Ourique, rezam lendas de assombrações, de tesouros ou mouras encantadas e à sua volta espalham-se na paisagem as marcas que o Homem deixou desde tempos imemoriais.





Entre a descoberta de antigos povoados e monumentos funerários, faça o circuito arqueológico e viaje em poucas horas desde o Neolítico à Idade Média, passando pela Idade do Bronze.


Antas, necrópoles da Idade do Ferro ou povoados da mesma época, uma povoação calcolítica, são 15 as paragens seleccionadas entre os 30 sítios arqueológicos que se conhecem na região, num percurso arqueológico pensado para visualizar como viviam os nossos antepassados.
Agricultura, caça, pesca, são muitas as actividades que se desenvolveram determinando a ocupação permanente desta terra fértil, dominada pelo rio Mira.

Nesta zona única para o conhecimento da nossa história, aproveite também para visitar a ermida da Nossa Senhora da Cola que todos os anos se enche com peregrinos que aí vão pagar as suas promessas. Há também um bom restaurante de comida tradicional à vossa espera
.
Além do mais, a paisagem envolvente é muito convidativa e lindíssima.
É sem dúvida, um passeio imperdível.

Nos anos lectivos de 2004/2005 e 2005/2006 levei um grupo de alunos a um concurso na ESE de Beja - Primavera da Europa e passámos pelo castro da Cola.





COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DE História 5º e 6º anos


Introdução
Ao professor de História, enquanto agente que participa na construção do conhecimento histórico, é enquadrar o aluno no estabelecimento dos refere presença da História no currículo do ensino básico encontra a sua justificação maior e no sentido de que é através dela que o aluno constrói uma visão global e organizada de uma sociedade complexa, plural e em permanente mudança. A função fundamental em que assenta essa tomada de consciência do tempo social, estimulando-o a construir o saber histórico através da expressão de "ideias históricas" na sua linguagem, desde os primeiros anos de escolaridade. Esta construção do pensamento histórico é progressiva e gradualmente contextualizada, em função das experiências vividas. De facto, a pesquisa existente em cognição histórica sugere alguns princípios a ter em conta no desenvolvimento e avaliação das aprendizagens dos alunos:
O saber constrói-se a partir das vivências dentro e fora da escola: o meio familiar e os media fornecem aos alunos ideias mais ou menos adequadas, mais ou menos fragmentadas, sobre a História. Compete à escola explorar estas ideias tácitas e ajudar o aluno a desenvolvê-las numa perspectiva de conhecimento histórico;
Não existe uma progressão linear e invariante da aprendizagem: embora o pensamento histórico tenda a evoluir com a idade, há crianças de 7 anos que, em contextos específicos, manifestam um grau de elaboração mental semelhante às de 14 anos, e vice-versa;
O pensamento histórico envolve não só a compreensão de "conceitos substantivos" (por exemplo: democracia ateniense ou revolução industrial), como também a compreensão implícita de conceitos referentes à natureza do saber histórico (por exemplo: fonte, interpretação, explicação, narrativa). As metodologias que os alunos experienciam veiculam uma determinada leitura destes conceitos: se a simples memorização da informação apresenta a História como um relato fixo do passado, propondo uma postura passiva perante o saber, a construção de inferências a partir de fontes diversas indicia uma visão da História apta a fornecer ferramentas intelectuais indispensáveis à interpretação e explicação da realidade, que é dinâmica.
Foi nesse sentido que se elaborou um documento que determinasse os pontos de ancoragem da gestão curricular dos programas em vigor que tornem significativa e pertinente a relação com o saber histórico. As competências específicas foram definidas a partir do que se considera como os três grandes núcleos que estruturam esse saber, ou seja, o Tratamento de Informação/Utilização de Fontes, a Compreensão Histórica, esta consubstanciada nos diferentes vectores que a incorporam: a temporalidade, a espacialidade e a contextualização, e a Comunicação em História. Estes núcleos de competências, formulados a partir da análise dos programas do Estudo do Meio (1.º ciclo), História e Geografia de Portugal (2.º ciclo) e História (3.º ciclo), emergem da necessidade de encontrar elementos que garantam a articulação e unidade fundamental desses programas, em alguns momentos de articulação porventura menos conseguida, e também de proporcionar aos professores um sentido, um caminho comum de construção das aprendizagens específicas da História no percurso da escolaridade básica. Não tendo a pretensão de substituir os respectivos programas o documento é uma proposta de enquadramento dos diversos elementos que os constituem, na perspectiva de uma gestão curricular mais equilibrada e aberta desses programas, e mais consentânea com a nova conceptualização, cuja configuração genérica é dada pelo perfil de competências gerais e respectiva operacionalização transversal. Na verdade, valorizando-se a utilização pertinente do conhecimento de acordo com as necessidades e as situações, torna-se fundamental a organização do ensino/aprendizagem em vectores claros e bem definidos, sustentado em experiências de aprendizagem específicas que possam favorecer, nos alunos, a construção de esquemas conceptuais que os ajudem a pensar e a usar o conhecimento histórico de forma criteriosa e adequada, e que contribuam para o perfil de competências gerais.
No caso específico da História, a articulação com as competências gerais far-se-á a dois níveis. A um primeiro nível quando essa articulação é directa e imediata entre a formulação das competências específicas da História e determinadas competências gerais. Isso significa que, no contexto da História, a operacionalização transversal dessas competências gerais materializa-se no próprio exercício das competências específicas tal com estão definidas:

Articulação ao 1.º nível

A um segundo nível, a articulação é conseguida quando as competências gerais definem um ambiente de aprendizagem que pressupõe uma organização do processo de ensino/aprendizagem centrada na acção/intervenção autónoma e relacional/cooperativa do aluno e que deverá enquadrar as experiências de aprendizagem, quer de carácter genérico, quer específico:

Competências específicas
Tratamento de informação/utilização de fontes
Compreensão histórica:
Temporalidade/Espacialidade/Contextualização
Comunicação em história
Competências gerais
Pesquisar, seleccionar e organizar informação para a transformarem conhecimento mobilizável.
Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para abordar situações e problemas do quotidiano.
Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do sabercultural, científico e tecnológico para se expressar.
Usar correctamente a língua portuguesa para comunicar adequadamentee para estruturar o pensamento próprio.
Competências gerais
Adoptar metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem
adequadas a objectivos visados.
Realizar actividades de forma autónoma e criativa.
Cooperar com outros em tarefas e projectos comuns.
Relacionar harmoniosamente o corpo com o espaço, numa
perspectiva pessoal promotora da saúde e da qualidade de
vida.
Experiências de aprendizagem
Genéricas e específicas


O documento consta de três partes. A primeira é composta pelo quadro genérico da competência histórica, que expressa a unidade essencial, indissociável das competências específicas da História, se bem que definidas em separado, formulando o que se entende por ser o perfil do aluno competente em História no final de cada ciclo do ensino básico.
A segunda parte refere-se a um conjunto de experiências de aprendizagem de carácter genérico, que todos os alunos devem ter oportunidade de experimentar ao longo da escolaridade básica, no sentido de proporcionar situações de aprendizagem em contextos mais alargados e diversificados que o contexto específico da aula tradicional de História. Desta forma, poder-se-ão criar condições mais objectivas para o desenvolvimento, nos alunos, do perfil de competências gerais do ensino básico.
A terceira, e última, parte do documento é constituída pela definição das competências específicas, estruturadas nos três grandes núcleos atrás referidos. Embora reconhecendo a dimensão transversal ao currículo das competências do Tratamento de Informação/Utilização de Fontes e da Comunicação em História, estas constituem-se, no contexto da História, como componentes específicas do conhecimento específico. Efectivamente, são parte integrante da construção do conhecimento histórico, o que torna como fundamental o modo como se interroga e trabalha a informação e a maneira como esse tratamento se consubstancia em discurso progressivamente fundamentado e estruturado.
A competência essencial da Compreensão Histórica, nos diferentes vectores que a constitui – a temporalidade, a espacialidade e a contextualização, sendo de base conceptual, procura traduzir as dimensões fundamentais da construção do "bom conhecimento" em História. Conhecimento esse que permita ao aluno compreender criticamente a sua realidade, mas também transformá-la através de uma participação consciente na vida da comunidade. Com uma linha de conteúdos enquadrada por um tema geral e organizada por temas e subtemas menos prescritivos, o que se procurou alterar foi, sobretudo, o modo como se interrogam esses conteúdos e, consequentemente, como são geridos. Assim, o professor terá, relativamente a um determinado conteúdo que decidir de que forma poderá dar visibilidade a cada uma das dimensões referidas. O trabalho do professor será o de desenvolver linhas de exploração dos temas e subtemas de conteúdos indicados, na perspectiva das competências específicas tal como são formuladas, salientando os aspectos que lhe são específicos. Deste modo, torna-se indispensável a estruturação criteriosa, por parte do professor, de actividades e estratégias que assegurem um contexto favorável ao desenvolvimento, nos alunos, dessas dimensões da Compreensão Histórica, conforme se regista nas experiências de aprendizagem específicas sugeridas.
De salientar que na exploração dos conteúdos é inevitável e imprescindível o entrosamento das três dimensões, que expressam, de facto, uma mesma realidade que se constitui como um todo. Por essa razão, o professor sentirá como natural a mobilização simultânea das três dimensões da Compreensão Histórica, estruturadas com base no Tratamento de Informação/Utilização de Fontes e na Comunicação em História, na abordagem de cada um dos temas e subtemas, competindo- lhe a gestão equilibrada das aprendizagens que lhes são específicas.

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