segunda-feira, 15 de abril de 2013

A FORMAÇÃO DE PORTUGAL

UM NOVO REINO CHAMADO PORTUGAL


Entre os séculos XI e XIII, as lutas entre cristãos e muçulmanos foram muito renhidas. Vários reinos e condados cristãos se formaram então, como podes observar no mapa.
D. Afonso VI de Leão e Castela
Os reis cristãos da Península Ibérica pediam ajuda a outros reis da Europa que enviavam cavaleiros cristãos - os Cruzados. Entre estes cruzados destacaram-se D. Henrique e D. Raimundo, dois cavaleiros franceses.

D. Henrique e D. Teresa
Como recompensa pela ajuda prestada na luta contra os muçulmanos, o rei de Leão (D. Afonso VI) deu a D. Raimundo o Condado da Galiza e uma das suas filhas, D. Urraca, (filha legítima) para casar; a D. Henrique, o Condado Portucalense e outra sua filha (filha ilegítima), D. Teresa, em casamento, no ano de 1096.
D. Urraca


O Condado Portucalense situava-se entre os rios Minho e Mondego e tinha a sua sede no Castelo de Guimarães. A D. Henrique competia a defesa e o governo do Condado. Não era, no entanto, independente pois devia obediência, lealdade e ajuda militar ao rei de Leão, que era o governante máximo. D. Henrique, guerreiro valente e bom governante, sempre desejou tornar o Condado Portucalense independente do reino de Leão.
Mas morreu muito novo, ficando a governar a viúva, D. Teresa, uma vez que o seu filho, D. Afonso Henriques, era ainda muito jovem.
D. Teresa, que também pretendia a independência do Condado, pediu, para tal, ajuda à nobreza da Galiza. Os nobres portugueses, não concordando, convenceram D. Afonso Henriques a revoltar-se contra a mãe.


Formaram-se então dois "partidos": um, a favor de D. Teresa;
outro, a favor de D. Afonso Henriques.
Os dois "partidos" confrontaram-se na Batalha de S. Mamede
(em 24 de Junho de 1128), próximo de Guimarães,
tendo D. Afonso Henriques saído vencedor e passando
a assumir o governo do Condado.
D. Afonso Henriques

A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA
A D. Afonso Henriques não bastava a autonomia do Condado Portucalense;
ele queria a sua total independência.
Para tal, teve de lutar em várias frentes:
  1. Era necessário combater o rei de Leão, a norte, para ficar com o território independente.
  2. Era necessário alargar o condado para sul contra os muçulmanos - prosseguir a Reconquista.
  3. E era preciso arranjar maneira que o futuro reino de Portugal fosse reconhecido pelos outros reinos, principalmente pelo Papa.
    É que, no século XI, o Papa era mais importante que os reis e todos respeitavam as suas decisões e opiniões.
    E foi esta a política de D. Afonso Henriques para fundar o reino de Portugal!
A sua luta veio a ter sucesso:
o rei de Leão e Castela reconheceu a independência de Portugal: Tratado de Zamora, assinado em 1143;
o território português foi alargado até à linha do rio Tejo;
o Papa reconhece o reino de Portugal em 1179, através da Bula Manifestis Probatum.

O ASSALTO A SANTARÉM

ASSALTO A SANTARÉM
A tomada de Santarém foi um acontecimento de grande importância, pois conquistá-la era ter nas mãos um baluarte de primordial valor, centro de uma região fertilíssima e donde se poderiam lançar novos ataques ao próprio coração muçulmano da Península.
Consciente disso, D. Afonso Henriques preparou um ataque surpresa.
Aproveitando um período de tréguas com os muçulmanos da linha do Tejo, enviou Mem Ramires com a missão de estudar as defesas do castelo e as possibilidades de um possível ataque à fortaleza.
Mem Ramires voltou com boas esperanças e, desde logo, foi preparado o ataque.
Este foi desencadeado de surpresa na calada da noite, e fez-se rápido e fulminante.
Na manhã do dia 15 de Março de 1147, Mem Ramires hasteou o pendão Português e Santarém nunca mais deixou de desempenhar um papel de relevo na História Portuguesa.

A CONQUISTA DE LISBOA

Após a conquista deSantarém em 1147, sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos Cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em Junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, iniciando-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa.
catapulta
Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o de Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas passavam-se com surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projécteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos ia aumentando de parte a parte.
No início de Outubro, os trabalhos sob o alicerce da muralha tiveram sucesso ao fazerem cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se introduziram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve.
Torre de assalto
Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 24 de Outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos Cruzados.
Resolve a ficha de exercícios:

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