sábado, 14 de junho de 2014

Mariscos nos pratos a subirem pelas paredes do Ramiro


Catarina Monteiro, Artur Bordalo e Hugo Lucas, nos andaimes onde as obras foram criadas

Catarina Monteiro, Artur Bordalo e Hugo Lucas, nos andaimes onde as obras foram criadasFotografia © Pedro Rocha/ Global Imagens

Lagostas, lavantes, sapateiras, enormes e sorridentes, invadiram a fachada do número 1 da avenida Almirante Reis, em Lisboa, onde funciona a emblemática cervejaria Ramiro, e por aí vão ficar durante seis meses.

A ideia foi de Ana Dâmaso, diretora da Microarte Galeria, que queria assinalar o 10º aniversário da galeria com uma intervenção no espaço urbano, para a qual desafiou quatro artistas: Glam (Catarina Monteiro), Hugo Lucas, Bordalo II (Artur Bordalo) e Irina Solovya.
"A cervejaria Ramiro acolheu logo o nosso projeto", conta. As reuniões de trabalho realizaram-se ali mesmo, entre rabiscos e petiscos, "e surgiu logo a ideia de que o que seria giro era passar os mariscos para o exterior do restaurante", explica Ana Dâmaso. Instalada há 58 anos naquele edifício, a cervejaria já era bastante conhecida quando, há dois anos, Anthony Bourdain veio gravar um dos episódios do programa "No Reservations" em Lisboa e incluiu a Ramiro no seu roteiro. Desde então, é muito mais difícil arranjar uma mesa e à hora das refeições a fila de turistas, muitos deles estrangeiros, estende-se pela rua.
Foi este ambiente, entre o tradicional e o turístico, com imperiais e mariscadas, que inspirou os quatro artistas. "Numa das primeiras reuniões, para nós sabermos do que estávamos a falar, os empregados trouxeram alguns bichos para a mesa. Vivos. E eles queriam fugir pela mesa fora. Eu achei que seria giro retratar isso", conta Artur Bordalo. Catarina Monteiro, por exemplo, representou um casal de lagostas num jantar romântico, "como se os clientes em vez de pessoas fossem os mariscos", sentados à mesa e a beber cerveja.
Embora cada artista se mantenha fiel ao seu estilo, trabalharam em conjunto para que as obras funcionem como um todo. "A primeira ideia era fazer um mural mas depois reparámos que o edifício está revestido com aqueles azulejos fantásticos, de arte nova, e optámos por trabalhar com lonas", explica Ana Dâmaso. Há cerca de duas semanas, os artistas começaram a trabalhar nas 9 lonas de 8 metros que foram, primeiro, colocadas, numa das paredes do antigo Hospital do Desterro, que funciona, atualmente, como parque de estacionamento da cervejaria.

Fonte:
http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=3951225&seccao=Artes%20Pl%E1sticas

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