domingo, 2 de fevereiro de 2014

Descobertas cartas íntimas de um dos mentores do Holocausto

Cineasta israelita detém cartas, fotografias e diários da família de Heinrich Himmler a que um semanário alemão teve acesso. Documentário sobre Himmler estreia-se a 9 de Fevereiro, na 64.ª edição do Festival de Cinema de Berlim.
Himmler, em primeiro plano, ao lado de Adolf Hitler CORBIS/REUTERS
A vida privada de uma das figuras de topo do regime nazi vai ser observada à lupa nas próximas semanas. Cartas, fotografias e diários de Heinrich Himmler — um dos orquestradores do Holocausto, responsável pela morte de cerca de seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial (1939-1945) — e da sua mulher, Margarete Himmler, vieram a público. O comandante das SS vai ser revisto, a partir deste espólio, num documentário israelita a estrear no Festival de Cinema de Berlim a 9 de Fevereiro. Um semanário alemão começou neste domingo a lançar uma série de artigos sobre a figura histórica.
A partir do material, é possível conhecer detalhes da vida e do relacionamento entre Heinrich e Margarete Himmler, os passeios ao campo que faziam já em plena guerra ou as opiniões anti-semitas que partilhavam. “Estou a caminho de Auschwitz. Beijos do teu Heini”, lê-se numa das cartas, citada pelo jornal britânico The Guardian. O tom cândido do excerto contrasta com os acontecimentos que tiveram lugar no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, onde 1,1 milhões de pessoas foram mortas, a maioria judeus, a maioria em câmaras de gás.
Heinrich Himmler e Margarete Boden conheceram-se em 1927, ano em que Himmler fazia 27 anos — Margarete era sete anos mais velha. Em 1928 casaram-se. Quando se conheceram, Himmler já pertencia ao Partido Nazi desde 1923. Em 1933, quando se iniciou o III Reich de Adolf Hitler, Himmler era comandante das SS, a polícia política nazi, cargo que manteve até 1945, quando pediu a Hitler para se render. O alemão acabou por se suicidar a 23 de Maio de 1945 em Luneburgo, na Alemanha, já depois de ter sido capturado pelas forças britânicas.
Quanto ao percurso das mais de 70 cartas, um diário, fotografias, livros de receitas e outras notas agora conhecidas, sabe-se menos.
Segundo o semanário alemão Welt am Sonntag — que neste domingo publicou o primeiro de oito longos artigos sobre Himmler e os novos documentos —, dois soldados norte-americanos encontraram o material em Maio de 1945 na casa do comandante nazi na Baviera. Décadas depois, no início dos anos de 1980, o material surgiu nas mãos de Chaim Rosenthal, um sobrevivente do Holocausto que vivia em Israel.

Fonte:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/descobertas-cartas-intimas-de-um-dos-mentores-do-holocausto-1621191

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