sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Revolta do Manuelinho

No ano de 1637 dá-se a Revolta do Manuelinho  que foi um movimento popular também conhecido como as Alterações de Évora ou o Motim de Évora, na região do Alentejo central, em Portugal.

Este levantamento civil fez parte de uma sucessão de actos de insurreição designados como motins de fome por parte dos portugueses contra a Dinastia Filipina, dadas as difíceis condições de vida e o aumento dos impostos ordenados pelo domínio castelhano na zona desde 1580, convertendo-se no movimento de sublevação mais importante que iria culminar na Guerra de Restauração da independência portuguesa, desenrolada nos anos posteriores entre 1640 e 1668.


Antecedentes da Revolta do Manuelinho

O rei D. Filipe III, outorgou poderes plenipotenciários a Gaspar Felipe de Guzmán, Conde de Olivares e Duque de Sanlúcar la Mayor.
Este, exercendo como Primeiro-ministro ordenou uma série de drásticas medidas económicas com o fim de obter recursos para subvencionar os diferentes conflitos contra a Holanda, Reino Unido e a França, entre outros, países que tentavam quebrar a hegemonia da Espanha na política e na economia europeias.
Foi neste contexto histórico que o povo, descontente com as medidas políticas e económicas dispostas pelo império espanhol, começou a amotinar-se.
No ano de 1628, eclodiu no Porto a revolta conhecida como o “Motim das Maçarocas”, contra o imposto agravado do linho fiado. Neste distúrbio, as fiandeiras sublevadas atacaram à pedrada Francisco de Lucena, que era o encarregado de cobrar a taxa do novo imposto.
Dado no ano de 1637, a Revolta do Manuelinho foi um movimento popular também conhecido como as Alterações de Évora ou o Motim de Évora, na região do Alentejo central, em Portugal
Dado no ano de 1637, a Revolta do Manuelinho foi um movimento popular também conhecido como as Alterações de Évora ou o Motim de Évora, na região do Alentejo central, em Portugal
Já no ano 1631, o governo decretou também o pagamento de metade do salário anual (meia-anata) dos funcionários públicos do estado. Pela mesma época, estabeleceu o monopólio estatal sobre o sal, assim como a criação de um novo imposto sobre a água, já existente em Lisboa, mas agora generalizado a todo o território português, conhecido como o real de água.


O Povo de Évora e a Revolta do Manuelinho

Perante a indignação geral pelas medidas económicas adotadas no reino, o povo de Évora decidiu-se pela desobediência civil frente aos representantes do governo, neste caso o Corregedor André de Morais Sarmento e o desrespeito às instituições religiosas, na figura do Arcebispo.
Com o intuito de começar a revolta incitando aos eborenses, apareceram na cidade uns panfletos onde os revoltosos responsáveis assinaram sob o nome de Manuelinho, conhecido demente da região e contando com o apoio da Ordem dos Jesuítas da Universidade de Évora. Desta forma os impulsionadores do movimento, que ao que parece, eram o Escrivão e o Procurador do povo, ficavam protegidos pelo anonimato.
A multidão enfurecida atacou e queimou os livros dos assentos onde eram anotadas as contribuições, exigindo o fim do governo da Dinastia Filipina e o retorno de uma dinastia portuguesa.

Consequências da Revolta do Manuelinho
Rapidamente o movimento impulsionou por todo o país novas insurreições noutras localidades do Alentejo, do Algarve e em algumas povoações do Minho, em cidades como Portel, Faro, Albufeira, Vila Viçosa, Setúbal e Viana do Castelo, entre outras, até conseguir atingir a cidade de Porto.
O movimento revolucionário do Manuelinho foi reprimido pelas tropas castelhanas até princípios de 1638, sem se conseguir a queda do governo filipino em Lisboa, este foi o antecedente principal para o nascimento de um grupo nacionalista português conhecido como Os Conjurados, constituídos por cerca de cinquenta homens nobres, militares e clérigos. Este grupo dirigiria o povo lusitano para a vitória da revolução, onde finalmente aclamariam D. João IV, da Dinastia de Bragança, como novo soberano do território português, restaurando a sua independência do império espanhol, dando inicio à quarta e última dinastia portuguesa.

Fonte:
- See more at: http://www.historiadeportugal.info/revolta-do-manuelinho/#sthash.um1LD0CP.dpuf
http://www.jornalmapa.pt/2013/03/26/a-revolta-do-manuelinho/

3 comentários:

  1. Prezada Prof.ª Olinda. Estimei muito ler este pequeno artigo de divulgação da importantíssima revolução de Évora, um "ensaio geral" do 1 de dezembro. Como curiosidade, pergunto a origem da ilustração que acompanha o artigo e parece ser do "Manuelinho" o doido dizedor" como lhe chamou Francisco Manuel de Melo em nome do qual eram assinadas as proclamações? Muiro obrigado

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    1. As ilustrações foram retiradas das fontes que referi no final do artigo. Obrigada

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    2. Pois. Mas consultando a fonte não tem ilustração. A minha curiosidade é se a ilustração que colocou é mesmo sobre o Manuelinho ou se de banda desenhada sobre outro personagem, histórico ou de fantasia. Muito Obrigado de novo.

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