Grândola, vila morena - em casa de Margarida Alegria.
25 Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner
Grândola, vila morena - em casa de Margarida Alegria.
Num mundo cada vez mais digital, o papel e caneta estão sendo cada vez mais substituídos por telas e teclados nas salas de aula. Agora, um novo estudo investigou redes neurais no cérebro durante a escrita manual e digital e mostrou que a conectividade entre diferentes regiões cerebrais é mais elaborada quando as letras são formadas à mão.
Essa melhoria na conectividade cerebral, que é crucial para a construção da memória e codificação de informações, pode indicar que escrever à mão apoia a aprendizagem. À medida em que os dispositivos digitais substituem progressivamente papel e caneta, fazer anotações à mão está se tornando cada vez menos comum nas escolas e universidades. Usar um teclado é recomendado porque, muitas vezes, é mais rápido do que escrever manualmente. No entanto, descobriu-se que este último melhora a precisão ortográfica e a memorização, se não por outro motivo que não seja o fato de papel e caneta estarem desprovidos dos recursos de correção automática.
Para descobrir se o processo de formar letras à mão resultava em uma maior conectividade cerebral, pesquisadores na Noruega investigaram as redes neurais subjacentes envolvidas em ambos os modos de escrita. “Nós mostramos que ao escrever à mão, os padrões de conectividade cerebral são muito mais elaborados do que ao digitar em um teclado”, disse a Professora Audrey van der Meer, pesquisadora da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e coautora do estudo publicado na Frontiers in Psychology. “Essa ampla conectividade cerebral é conhecida por ser crucial para a formação da memória e para a codificação de novas informações e, portanto, é benéfica para a aprendizagem.”
Os pesquisadores coletaram dados de Eletroencefalograma (EEG) de 36 estudantes universitários que foram repetidamente solicitados a escrever ou digitar uma palavra que aparecia em uma tela. Ao escrever, eles usavam uma caneta digital para escrever em cursiva diretamente em uma tela sensível ao toque.
Ao digitar, usavam um dedo para pressionar as teclas em um teclado. EEGs de alta densidade, que medem a atividade elétrica no cérebro usando 256 pequenos sensores costurados em uma rede e colocados sobre a cabeça, foram registrados por cinco segundos para cada estímulo. A conectividade de diferentes regiões cerebrais aumentou quando os participantes escreveram à mão, mas não quando digitaram.
“Nossas descobertas sugerem que informações visuais e de movimento obtidas por meio de movimentos cuidadosamente controlados da mão ao usar uma caneta contribuem extensivamente para os padrões de conectividade cerebral que promovem a aprendizagem”, disse van der Meer.
Leitores observadores podem ter sentido um “alerta vermelho” ao mencionar uma caneta digital e uma tela sensível ao toque, já que o objetivo era descobrir as redes neurais subjacentes à escrita em papel e caneta, mas os pesquisadores estão confiantes de que as ações são as mesmas no que diz respeito ao cérebro.
“Nós mostramos que as diferenças na atividade cerebral estão relacionadas à formação cuidadosa das letras ao escrever à mão, enquanto se faz mais uso dos sentidos”, explicou van der Meer. Como é o movimento dos dedos ao formar letras que promove a conectividade cerebral, espera-se que escrever em letra de forma também tenha o mesmo efeito.
Pelo contrário, o simples movimento de pressionar uma tecla com o mesmo dedo repetidamente é menos estimulante para o cérebro. “Isso também explica por que crianças que aprenderam a escrever e ler em um tablet podem ter dificuldade em diferenciar entre letras que são imagens espelhadas uma da outra, como ‘b’ e ‘d’. Literalmente, elas não sentiram em seus corpos como é produzir essas letras”, disse van der Meer.
Suas descobertas demonstram a necessidade de dar aos estudantes a oportunidade de usar canetas, em vez de fazê-los digitar durante a aula, disseram os pesquisadores. Diretrizes para garantir que os estudantes recebam pelo menos um mínimo de instrução em caligrafia podem ser um passo adequado.
Fonte: goodnewsnetwork
Neste recurso, vais conhecer os irmãos Grimm e alguns dos seus contos. Começa por ler a biografia dos Grimm e, de seguida, explora o livro interativo onde poderás ler e ver alguns contos recolhidos por estes dois estudiosos da literatura alemã. No final, resolve os desafios propostos.
https://estudoemcasaapoia.dge.mec.pt/recurso/os-irmaos-grimm-e-os-seus-contos#h5pbookid=1073§ion=top&chapter=h5p-interactive-book-chapter-f820b752-10e3-4996-b059-7806f6478e61
https://wordwall.net/pt/resource/25105003/ulisses
https://wordwall.net/pt/resource/56229636/portugu%c3%aas/ulisses
https://wordwall.net/pt/resource/30688635/ulisses
https://wordwall.net/pt-pt/community/cruzadas-ulisses
Os irmãos Grimm estão por trás de algumas das mais famosas e amadas histórias infantis que conhecemos. O seu legado na literatura e na academia é intransponível e, suas narrativas atravessam gerações, mesmo que as histórias que conhecemos hoje sejam um pouco diferentes das originais.
Retrato dos irmãos Grimm - Wikimedia Commons
Jacob e Wilhelm Grimm nasceram em 1785 e 1786, respectivamente, no então Condado de Hesse-Kassel, atual Alemanha. Quando Jacob tinha apenas onze anos, seu pai morreu de pneumonia, e ele viu a sua família passar por dificuldades financeiras.
Com a ajuda de uma tia, os irmãos Grimm conseguiram estudar e, depois, entraram na faculdade de Direito, com o intuito de seguir os passos do pai que era funcionário público. Jacob, mais velho, foi para Marburg, em 1802, e seu irmão mais novo, Wilhelm, acompanhou-o no ano seguinte. Entretanto, a inclinação para a procura e registo das histórias do folclore local fizeram com que os irmãos seguissem outro caminho...
Um professor da Universidade de Marburg despertou o interesse dos irmãos pela filologia, o estudo da linguagem em textos históricos. Friedrich Carl von Savigny foi um respeitado e influente jurista alemão no século XIX.
Com a ajuda de Savigny, o contato com outros académicos, e por meio do entendimento de que a cultura e as tradições influenciam a forma como uma sociedade se organiza, o desejo dos irmãos Grimm de se dedicarem ao estudo da história literária alemã tornou-se uma realidade.
Cinderela, por Edmund Dulac
Contar histórias e transmiti-las de geração em geração sempre foi uma forma de guardar a cultura, as tradições e valores de um povo.
Reunindo relatos de contadores de histórias locais – na sua maior parte mulheres e, especialmente, de uma mulher chamada Dorothea Viehmann –, os irmãos Grimm criaram uma coletânea de contos que, inicialmente, tinha o propósito de servir como estudo científico e contribuição académica. Entretanto, eles foram alguns dos primeiros e mais proeminentes estudiosos a perceberem a importância dos contos de fadas e tradições orais como registos históricos de um povo.
Contos Infantis e Domésticos (Kinder und Hausmärchen) foi publicado em 1812, e reunia um número seleto de histórias que, antes, estavam limitadas apenas à tradição oral. Os irmãos continuaram a procurar histórias, registá-las e publicá-las ao longo dos anos e, com o tempo, foram feitas adaptações para torná-las mais acessíveis aos públicos mais jovens.
As ilustrações que acompanhavam as histórias, assim como as palavras que elas representavam, também foram responsáveis por moldar o imaginário popular do que era o folclore alemão da época.
Jacob e Wilhelm não estavam muito preocupados no teor das histórias que registavam, afinal, o trabalho ali era para manter a cultura viva. Era comum encontrar cenas de mutilação, mortes, mães e pais violentos, vingança violenta, finais aterrorizantes e muita tragédia.
A primeira edição foi publicada em 1812 como “Contos Infantis Domésticos", e não foi um sucesso de imediato. Nas últimas edições publicadas pelos irmãos, eles adaptaram e modificaram os enredos para que as histórias ficassem mais próprias para as crianças.
Fontes:
https://www.grimmstories.com/pt/grimm_contos/index?page=1
https://www.editorawish.com.br/blogs/novidades/quem-foram-os-irmaos-grimm